A raiva, também tem dia!!!!

Há dias que a ternura derrete, o carinho se esvai, o amor arremessa, o olhar esmorece, o sorriso desvanece e até o tesão desaparece.
Há dias que não falamos com o coração , nem com a boca nem a razão, que não cozinhamos os amores e salgamos os sabores.
Há dias em que a sensualidade e o erotismo se viram do avesso, batem com portas, implicam com escadas e esbarram com janelas .
Há dias em que a estupidez parece tomar conta da inteligência, o bom senso se inunda de acidez e a burrice não tem ciência, nem o tempo paciência.
Quando a rebeldia e a teimosia se tornam nossas inimigas e nós não conseguimos enxergar......então foda-se , vamos para outra freguesia pregar.
Há dias assim, em que não gostamos de nós, nem do nosso mau feitio nem do Mundo que nos pariu.

AC _____ Alice Coelho

Há fugires e aproximares, há distanciares e abeirares, beijos furtivos lançados ao mar e aproveitares desconfortados em pegadas tristes desenhadas na areia e corpos frios de amantes clandestinos tão somente assertivos.

AC _________ Alice Coelho.

 Nós e a noite........

No mundo dos sonhos, onde a noite é o teu olhar que acende o escuro, frágil e indefeso, nos seios que pegas, no corpo que escorregas, em mãos desarmadas e peles suadas, num ribombar de gemidos, festas e alaridos, momentos idos, amanhã procurados em ritmos compassados, passos encontrados em tempos tresmalhados, cabelos embaraçados, beijos lentos e molhados não destinados a pescoços perfumados por línguas ousadas .

AC ________  Alice Coelho.

As noites são tuas..........!!!!

São tuas as minhas noites, as rugas dos lençóis, os gestos ousados, as fantasias e as palavras afrodisíacas, soltas em esquinas, em pontes, elevadores, na areia, pontas dos dedos ou línguas felinas e escorregadias, suores trocados, assanhares vincados, gritos abafados, beijos enviados e abraços guardados, hoje inventado, ontem sonhado e amanhã enfronhado.

AC ______ Alice Coelho.

A ti.......sem mim!!

Despi-me do que aprendi, desembrulhei-me do que senti, desprendi os braços, amarfanhei os medos, desencaixotei os pudores, desengavetei os sonhos e busquei-te em noite quente, qual desejo ardente, num corpo que não mente, aluadamente tresloucado e excitado de tocares e arfares, feitos de longes e de monges.

AC _______ Alice Coelho.

Sonhos que engolem o mundo, o trilho que me traças, mais os sentires que me alvoraças, em doces e quentes noites, sonhadas e molhadas, de sabores só meus, que não descortinas no tempo , nem em qualquer momento em que as palavras se cruzem , os excessos abusem num fundir de pensamentos, num vai e vem de murmúrios, onde os silêncios são segredos e os medos desejos que nos fecundam a essência que abundas.

AC_______ Alice Coelho.

vem........ fica!!!!!

Despe-me com o olhar, arranca-me a roupa, os suspiros e os gemidos, os ais e os tremores, arrisca os sonhos cobertos de beijos e os amores a tempo inteiro, veste-te de orgasmos que queimam e também dos que incendeiam, ama e amassa, sacode-te de mim,  traz de volta a ventania que esculpe os nossos corpos e os junta num só traço, ligado por um abraço e preso por um embaraço que entra, que fica e não abdica.

AC________ Alice Coelho.

Perfumes, cheiros e aromas

O perfume arrasta-te em danças eróticas que rebolam como rimas lambidas em peles vencidas e perdidas em sucos esfregados por dedos esmiuçados em corpos ardentes e quentes, incertos e inquietos, num despertar arrepiado e refugiado em amores exasperados de desejos provocados por gestos de querer e linguagem de saber.

AC ________ Alice Coelho.

O crepitar da lareira , a chama louca e incandescente que queima o corpo e o deixa ardente de desejo, como lume que acende e ateia, se propaga e não apaga, como se alguém te espreitasse e te tocasse de longe, em arrepios e loucuras, doces deslizares , prazenteiros enfeitiçares, olhares que deslizam e mãos que suavizam, delineares de linhas em corpo suado , lembrança de ti, em mente amado.
O lume abranda, o calor incendeia e o corpo desnudo se saboreou e enquanto as brasas amorteciam, o corpo suplicava à espera que o dia seguinte trouxesse uma palavra, desmaiada, enriquecida, mas alvoraçada.

AC _________ Alice Coelho.

Mudaste-me o gosto e o sabor, encheste-me de palavras lambuzadas, de dedos molhados em mãos perdidas, de beijos acariciados em bocas encontradas.

• É para mim o que recebo em suores e o que te dou em tremores, desfocados do dia, caídos na noite, agarrados na terra, flutuando no mar, em brumas de espuma transparentes e ausentes, pautadas em rimas sem pecados, por nós deliciosamente besuntados.

AC __________ Alice Coelho.

Entre rumores e dissabores, entre silêncios e ausências, entre passares e devagares, palavras e paladares, saliências e permanências, sabes-me em quentes e verdes pensamentos que sobram no colo vazio que deixaste tão cheio de frio.
Sinto o quente da língua que ao de leve passou, tão ao de leve que nunca mais voltou no escuro que meu rosto tapou.

AC _________ Alice Coelho.

Café

Num café que chega, entre beijos e sussurros, entre desejos e apuros, entre palavras começadas e canções acabadas, entre toques e doçuras, entre desejos e loucuras, sabores e aromas, doce madrugada que trouxeste, olhares cúmplices e agrestes, adormecidos em colos que escreveste e não partiste,





AC ________ Alice Coelho.

(CM)

Deixaste-me o desejo na pele a escorrer pelos poros, em fogo que não apaga e que incendeia os sentidos com o olhar que lanças, com o toque que desesperas, nas pontas dos dedos aceleras e o rascunhas e percorres, como um lápis de carvão ou como um rio que segue o seu leito.
E com um abraço distante e quente, como por magia ou por encanto, rasgaste-me a pele com o desejo de me teres, sem espanto.

AC ________ Alice Coelho

Guardo no corpo o desejo, a subida das marés, a frescura de um beijo, o fogo que inflama, os odores e os sabores, os olhares que nunca vi, os orgasmos de ti, os toques sentidos e os corpos despidos e aquela história molhada tão por mim inventada.

AC _______ Alice Coelho.

Sonhei-te.............


Soltam-se espermatozóides das palavras que proferes e que fecundam as minhas num vai e vai erótico e melodioso, num sonho longo e vaidoso
Ejaculas num tempo que não é meu e besuntas de esperma o corpo que não tens, como doce delicioso que  lambes e refrescas  desejos, como poetas lambem os seus poemas algemados, e murados.
De dedo na boca, saboreando o sémen, ela olha o horizonte pensando no amanhã, no cheiro e no sabor, qual orgasmo sentido, qual pénis lambido, sonho vadio e colorido.

AC ______ Alice Coelho.

Lambuzas-me o corpo, floresceste caminhos, bordas-me os beirais, assanhas-me os pensamentos, sufocas-me de beijos molhados num abraço afogueado e tesão escravizado.
Fotografo os momentos com a alma  e revelo os teus dedos no degustar do clitóris enquanto me agarras os quadris.
Sonho-te em momentos instalados em pensamentos.

AC ________ Alice Coelho.

A noite está fria, mas a voz atravessa o corpo, refresca a alma e repassa a luz.
As nuvens tremem de frio e eu passo a noite acordada, ouvindo o mar, lendo os teus poemas e contando as estrelas e tu olhas-me do além e aquietas-me os pensamentos para que não se transformem em tormentos.
É o olhar do dia e o encontro da noite...... Estendemos as mãos, enlaçamos os dedos e sorrimos, perdidos e encontrados, como o renascer da vida tantas vezes desfeita em pedaços e refeita em abraços

AC _____________ Alice Coelho.

Dei-te risos em vez de beijos, palavras sem desejos, corpo escaldado, boca desejada, num vai e vem descontrolada, desajeitada no tempo, num estremecer do momento, em que nos tocámos nos sentidos, despenteados e descontraídos.

AC ________ Alice Coelho.

Converso com a noite, com as palavras que sobraram, com os olhares que não se cruzaram, com os beijos que não se deram, com a brisa que nos molhou e que se perdeu sozinha no poema que não se escreveu.
Cansado, partido, sentido, perdido, num mundo que não tens, neste desconsolo que não habitas, neste grito que depositas e as inseguranças que transmitem, grafitadas nas paredes pelos ecos de revolta, livres e sem escolta.
Na lembrança de uma memória feita de estrelas que brilham e que não apagam.

AC ________ Alice Coelho.

A um amigo................


Dizer o que sinto nas tuas palavras, são amassos que me escaldam e beijos que me amolgam..... num bem estar que se sente, num estar ausente. Gosto da tua sensibilidade profunda e de tudo o que a circunda, gosto das tuas palavras macias e da distância que as absorve, do teu sentir que se move e da forma como me sentes em lonjuras e navegares que me desinquietam e desassossegam como um roçar de olhares que nos despem o corpo e nos afagam a alma, e nos aproximam como reflexos que nos tocam....... Até já.................. um beijo

AC ________ Alice Coelho.

Dei-te os meus seios atrevidos
Couberam em tuas mãos agradecidos
Eriçaram a pele em arrepios
Lançaram-te frios desafios
Ficaste trémulo de emoção em carícias  de paixão
Guardaste-os no teu olhar e devolveste a arte de me amar.

AC ________ Alice Coelho.

TU

Ontem soubeste-me a pouco numa noite cheia de dia intenso e suspenso.
Ontem foste a terra seca e o chão molhado, o quente e o frio, o cheio e o vazio, o doce e o amargo, a língua que enlaça e o beijo que amordaça.
Ontem soubeste-me a pouco e amei-te na secura das palavras e na ausência que lavras em sulcos o meu corpo, em poesias de rimas encontradas pelos teus dedos nas minhas madrugadas.
Ontem soubeste-me a pouco num tempo louco e mouco, despi-me de ti e fiquei por aqui.

AC _______ Alice Coelho.

Não gosto de falsos puritanismos que viram a cara ao lado quando deparam com um nu, ou quando se fala de sexo, ou quando se mordem de desejos e fingem que foder pertence a outra galáxia e que só os extra terrestres se acham no direito de ter orgasmos.
Não gosto de falsa beatas, que se embrenham nos escombros das igrejas para esconderem  os toques no corpo, ou metem as cabeças no confessionário para verem se vislumbram a braguilha do padre confessor.
São pessoas sem escrúpulos, sem consciência e sem honestidade, que se fazem de santas, mas que possuem o diabo na alma.
Gosto de assumir o que gosto, e de usufruir dos bens que a vida me deu e fingir que não existem, que os não sinto ou que ignoro os prazeres, isso é não ser coerente comigo mesma nem com as coisas boas com que fomos dotados e com que a vida nos brindou.
Fazer amor, tocar as zonas genitais, colar os corpos, rebolarmos ou fodermos, são prazeres a que temos direito e que se usufruímos deles, é porque nos fazem bem ao corpo e à alma e apanharmos os orgasmos a que nos propusermos é a delícia dos humanos enquanto se sentirem vivos, venham eles da forma que vierem ou do jeito que quiserem.

AC ______ Alice Coelho

Ao fundo.....


Lá... onde o céu toca o mar, com olhares de sonho e beijos a dançar, calam as palavras de boca em boca, sussurram os ventos e chegam as tempestades, num horizonte tão azul, entre o verde e o violeta, nas asas de uma borboleta, neste meu mundo, bem, lá ao fundo.......

AC ________ Alice Coelho.