sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Gosto de surpresas, daquelas que fazem transbordar o peito de emoção sem ter razão, que entornam sorrisos e chegam sem avisos, dos aromas e perfumes trazidos pelo vento sem hora marcada no tempo, que fazem tremer o corpo de um desejo e nos apalpam de sabores, de cores e amores.
Gosto da tua rotina, do teu cabelo sem brilhantina e dos meus olhos encantados de menina, da vida em pacotes, das roupas sem grandes decotes e de imaginar-te no meu sonho de poesias e canções e escrever-te no meu mundo de ilusões.
Gosto de ver-te a passear por Aqui, mesmo que o teu silêncio não fale de ti.

AC _______ Alice Coelho.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015


Amor não está no ar, está dentro do peito sem preceito, a saltar, sem modo nem jeito, a subir ao céu em balões coloridos e das tempestades não sermos protegidos.
Amor está num sorriso vindo do além, numa saudade que não se tem, num beijo desejado, num abraço apertado,  num olhar que oferecemos e nos gestos que colhemos
Amor é estar longe ou perto, é ter o coração cheio e derrubar o que lhe é alheio, é fogo e paixão, é ser amante e amado e por nada ser desmoronado.

AC _________ Alice Coelho.


TU

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015


Vieste acenar-me como se eu não te visse, vieste espreitar-me como se te escondesses, não te aproximaste com receio que me assustasses, sorrias ao de leve e ficavas breve, não sei se és lenda ou se resolveste fazer greve, se és verdade e pretendes ser realidade.
Não sei se o meu querer me conforta, ou se a tua ausência me importa, mas sei que no ar fica o vazio na alma e o frio na espinha e sei que o silêncio é como uma ladainha que nos afasta ao toque de qualquer campainha.

AC _______ Alice Coelho.

A ti...... LC

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015


As pessoas deixaram de ter sentimentos, congelaram por dentro e resfriaram por fora, não sabem o que é o desejo e o sentir o amor transmitido num beijo ou num abraço ao Tejo onde banhas sem conta as mágoas que te afrontam.
Perderam a noção do tempo, dos sítios e dos lugares, de correr pelas ruas e sentir as pessoas nuas, de perderem o frio junto ao mar e entre bancos de automóvel se amar.
Deixaram de sentir a liberdade de ser e de ter, de dar e brindar, de ceder e conceber.
As pessoas fazem-me frio como se fossem Invernos de mistérios e eu agasalho-me dos dias com abraços e nos outros procuro os meus espaços, longe do mundo e perto do que fecundo.

AC ________ Alice Coelho. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015


Há coisas que nunca mudam, pelo sentimento que nelas colocamos e pela paixão com que com elas nos envolvemos.
Quanto mais vivemos mais nos apegamos, mais aprendemos, mais gostamos e mais complicado se torna enfrentar uma mudança, como se a esperança sumisse e a confiança não mais existisse.
Não vou mudar o meu jeito de amar a vida, o mundo e as pessoas, de gostar de apimentar os dias para os tornar mais felizes, de ter loucura quanto baste para não amornar o tempo, de viver em permanente paixão e viver os dias com emoção, de gostar de café ao acordar para me reciclar, de escrever o que me aquece a alma e me arrefece a calma, de sorrir o sol se põe e gargalhar quando a vida se me impõe.
Há coisa que não vou mudar, mesmo quando o cabelo branquear ou mesmo que a idade me incite a alterar.
Se nasci rebelde, rebelde vou morrer, antes partir, que torcer.

AC _________ Alice Coelho.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Fim de semana cheira a descanso para uns e a rabaldaria para outros, cheira a canela e lençóis de flanela ou a passeios pela alameda em lençóis de seda. Para uns é divertimento, alegria e contentamento e para outros maldição, esbanjares e traição. Homens esfomeados que trocam lares por prazeres e tempos escassos por um momento devasso e mulheres abandonadas, traídas e mal tratadas, de actos e palavras que tresandam a veneno que mata, que olham as paredes vazias e se masturbam com o pensamento enquanto eles fornicam num qualquer lugar como desculpa de um jantar ou de um copo num lugar qualquer. A vida é madrasta para quem a inocência caminha ao lado da abstinência, num grito de revolta que o silêncio solta.

AC _______ Alice Coelho.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Sou
Sou espuma enrolada, mar turbulento e areia desvairada.
Sou o dia enraivecido, a noite calma e o sonho destemido.
Sou a carne e o corpo, o frio e o calor, o medo e o terror.
Sou a luz e a sombra, a esperança e o desengano, a crença e a fé. 
Sou amor e suor, prazer e emoção e um vulcão em erupção que derrama em teu regaço.
Sou vida serena e agitada, ovelha tresmalhada e aplausos e palmas caladas.
Sou silêncios encolhidos e ventos soprados, velas içadas e roupas molhadas.
Sou ........... o que sou e que não sabes que sou.

AC ________ Alice Coelho

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Se me teces em teus dedos e me entonteces, se me tocas com teus lábios e me estremeces, se me apertas no teu corpo e me enterneces entre desejos e sem preces, entre suores salgados, húmidos e apaixonados, incolores e cheios de sabores, perco-me no mundo dos traidores e eriça-se a pele de calor, num jardim onde planto amor.

AC _____ Alice Coelho.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015


Não sou de muitos falares, nem de conversas pescadas, nem de rezas antecipadas, mas tenho o silêncio na alma que fala mais do que a minha própria calma, ou o coração perto da boca que se enerva e me escalda a língua ou me eriça a pele ou o ranger da raiva me faz tremer os dentes e soprar ares quentes. Tenho a sensibilidade a vestir o corpo,  fico nua de orgulho e de ressentimentos, porém rebelde, despida de muita gente. Esvazio-me de lágrimas, encho-me de sorrisos, transbordo de esperança, mas não sou burra de laço cor de rosa, nem feia ou teimosa. A quem só me percebe quando estou calada, não precisa ficar nem nunca nem agora, é uma boa altura de enrolar a língua, fechar a boca e ir embora.

"Ser é tão difícil como entender"

AC ________ Alice Coelho.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Posso parecer branda, mas não tenho feitio suave, posso ser comedida, mas fico fera ferida, firme como um tronco espesso sem arremesso, mas de corpo vestido do avesso. Sou meiga que a dureza te abriga e de ternura que se louca aventura te procura, mas as palavras são flechas que abrem brechas em peitos lamechas e eu cansei-me de dar atenção ao que apenas é terminação e fartei-me de bocados amontoados e de egos alternados.
Fico-me sem palavrões  com o que não disse aos trambulhões.

AC ________ Alice Coelho

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Nos perdemos em sonhos como se fossem estradas, escolhas, rumos ou vidas erradas, que seguem e não têm volta. Cada minuto apaga saudades onde as tempestades se iluminam com os relâmpagos do teu querer escondido, que o tempo incendeia, construído em castelos de areia. O ar que respiro, espicaça-me a pele de prazeres sonhados, os suores são em dó menor e os arrepios provocados pelos teus dedos frios.

AC ________ Alice Coelho.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Num lugar que não sei, num sítio que não conheço, num local que amanheço, num mar que não tenho, num sol que aqueço, a sombra que te faz pessoa, o olhar que me atordoa, o gesto que se perdeu, a palavra que me fodeu, o beijo que não ardeu e o abraço que não sucedeu, entre mãos que não se deram e copos que desesperam, passadas detidas e vidas adormecidas.

AC _______ Alice Coelho.

O dia dos namorados cria expectativas ao redor de cada um e em cada um de nós, sobreviventes da humanidade e crentes no amor, como crentes em histórias de fada e de moças encantadas. Mas tudo é estranho e mais parece créditos e empenhos, prazos e pagamentos, vencidos ou pendentes. O amor é magia e encanto, o cheiro e o ciúme, o beijo, a ternura e o carinho, chama e paixão que não tem tempo de duração. O sexo é o prazer louco de fornicar, de ter e possuir, a satisfação e o deslumbre do tocar, do agarrar, do partilhar e do suar. Por isso e por tudo isso, não confundamos as coisas, o sexo não é nenhuma prova de amor, mas o amor e o sexo juntos, fazem uma explosão química, uma embriaguez, um tesão, uma loucura, uma paixão. Todos os dias são dias para amar e não existem datas para os incendiar.

AC ________ Alice Coelho.

sábado, 14 de fevereiro de 2015


O amor é a magia dos olhares, a força que nos aproxima, o abraço apertado, o beijo apaixonado, os gestos que se soltam, as borboletas que voam, as cores que nos pintam, os silêncios que falam, as ternuras que nos embalam, os desejos que nos consomem e os actos que nos consolam. É céu azul e labaredas, mar revolto e verdes alamedas, é corpo em chamas, lábios ardentes, amarras que nos desprendem, é tudo o que destranca o coração e nos faz queimar de paixão.

AC ________ Alice Coelho.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

São sonhos despidos de leitos e preconceitos, são noites nuas sem pudores e sem rumores, são regras rompidas e desejos assumidos, manhãs servidas e amores cumpridos.
Salta a claridade e a verdade do que fomos, o frio e o vazio do que deixámos de ser e o café quente nunca ausente, para dar vida e magia ao que somos no presente.

AC _______ Alice Coelho.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015


Se me agarro e me amanho num hoje que olho e arranho, se falo e me fico, se me provoco e não te toco, se gostar de campo e de flores, de verde e de amores, é fechar os olhos e ouvir o ribombar dos tambores, então eu quero a liberdade de te ter, sem gaiolas no pensamento e sem amarras no momento.

AC _________ Alice Coelho.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Não sei como dizer-te adeus, como sentir a força do vento, como enterrar os pés na areia, como sentir o ruído do mar e as sereias a cantar.
Não sei dizer a raiva que cerra os dentes, as palavras que lutam com as ondas, mostrar os gestos que agridem como cheiro de aguardente e esculpir os corpos sedentos de vidas em tormentas.
Não sei se sonhar é desafiar o pensamento, se o medo te definha e te afasta ou te desalinha.

AC ________ Alice Coelho.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Sou louca e desvairada, romântica e apaixonada, livre e desconcertada, com sonhos e ilusões, com alegrias e desilusões, com sorrisos e lágrimas para oferecer, indecisos, avisos e tentações, ruas e becos, caladas, empedradas e marcas do tempo nas paredes em brechas, palavras lamechas, corpo enfarruscado pelas tuas mãos tatuado.

AC _______ Alice Coelho.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015


Há dias que surpreendemos, outros que nos surpreendem  e outros tricotados de magia
Há dias que o sol nasce para todos, outros que a lua nos escolhe dedo a dedo e outros que nem uns nem outros
Há dias de alegrias, outros de romarias e outros que só com Avé-Marias.
Há dias que nos embaciam, outros que nos amassam e outros que nos abraçam
Há dias que somos e outros que não somos e outros ainda que deixamos de ser
Há dias que olhamos o céu, colhemos estrelas, limpamos nódoas e mágoas e não gostamos de pessoas.

AC __________ Alice Coelho. 





domingo, 8 de fevereiro de 2015

Escorro-me pela seiva do teu corpo, chuva, lágrimas, corpos deitados e segredos trocados. São gritos e são gestos, são águas galgando margens e flores virgens soltando pétalas, são beijos que calam e abraços que embalam e tudo o que em nossos sonhos não causa vertigens. É chão, é loucura e paixão, é colchão, é frescura é arranhão na pele e no coração.

AC _______ Alice Coelho.

 De cima para baixo e a beleza que emana de baixo para cima, corpo desnudo e alma despida, pensamentos longínquos, olhares oblíquos, esperas transadas, gestos inanimados, palavras amestradas, desejos trepados e um sentar empoleirado e um pensamento semeado no degrau da escada por ela arregaçada.


AC ________ Alice Coelho.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Gosto de abraços, dos toques de pele, dos olhares cúmplices, dos segredares, de fazer viagens em barcos de papel, de tocar a água do rio e saltar na água do mar.
Gosto de palavras ditas e inventadas e de palavrões, de costas despidas e de canções, do verde dos pinheiros , dos ares matreiros , do chilrear dos pássaros e de beijos longos com o som de ditongos.
Gosto de gestos delicados, de cheiros perfumados, de peles macias, sorrisos francos, almas justas e puras de noites avessas e madrugadas travessas.

AC ______ Alice Coelho.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

                         

                             AMAR É SENTIR(ES)......





Cobre-me com o olhar, afaga-me com o escorregar das mãos, suga-me o corpo de beijos e desejos, abraça-me o corpo em deliciosos amassos de pele, num fornicar do momento em nossos pensamentos, porque amar é pecado ou perversão,  nas mentes conspurcadas,  desgrenhadas e despenteadas de emoções, alheadas de sentires e admitires, privadas de sensações e paixões.

AC _______ Alice Coelho.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

ser, não ser..... não sei!!!!






Não sei ser quem sou nem a alma que tenho, nem a música que toco nem os sonhos que tenho.
Sou errante, sou pequena, sou amante do nada e mais pecadora sem medos, assombrada na escuridão que ora diz sim, ora diz não.
Não sei a que destino pertenço, nem a que leis obedeço, sei que a vida não me espanta e que a incapacidade de a ter, não é a mesma que a viver,

AC _______ Alice Coelho.

Cada gesto que enternece, cada beijo que endoidece, cada toque, cada modo, cada sílaba que apetece. Traz a noite e traz o dia, traz palavras e abraços, ardores e calor, bocas sem controle e um sentir de esperanças em aplausos, olhares confusos e intrusos, numa dita travessa que me mereça e num entonteces-me a cabeça.


AC _________ Alice Coelho


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

                             O Instante ... 

Cada instante, cada momento, cada paixão, cada pormenor envolvido, cada lugar, cada gesto lançado, cada registo de vida, cada olhar para lá da lente ou cada desafio, cada readaptar, cada circunstância, cada passado que fala, cada presente que sente ou cada futuro que se prevê. Há um despir para o mundo, há uma timidez, um tormento e uma vida num tempo que não se transforma em ruínas, mas em risos traquinas.

AC _______ Alice Coelho. 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

                                         Se tijolo vira barro, parede vira escarro.................

Sou um Tijolo delicado, com cor por fora e coração por dentro, perto das palavras e dos sentimentos, longe do mar e dos pensamentos. Batalhas ganhas, guerras perdidas, dores abocanhadas e flores caídas. Mistérios descobertos e plurais encobertos, sinas lidas e vidas vadias. E, olhando o mundo de cima, ou de baixo e de lado, paredes de tijolos feitos de argila, odor de axila e de cascalho farrapo de agasalho, recuso-me a ser mais um tijolo na parede, quero andar para a frente, nem ser mais nem ser menos, mas ser diferente.

AC ________ Alice Coelho

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

  • Crises existenciais.

Dentro da própria vida não há vida, somos pouco delicados, não prendemos a atenção nas coisas que valem realmente a pena, somos escorraçados por quem gostamos, somos diariamente surpreendidos por governantes de meia tigela que só se importam com o que lhes cai na mesa, somos confrontados com a miséria e a fome nas ruas, somos bombardeados por notícias que nos tiram o sono a nível nacional e nos provocam insónias a nível mundial.
Somos frouxos, não sabemos dizer não, não sabemos bater o pé, não sabemos dar o grito na hora certa, não sabemos fazer as escolhas correctas, não conseguimos olhar no espelho, olhar os nossos próprios olhos e dizer chega.
Que se lixem todos com uma lixa bem grossa e até a revolta de não sabermos ser e mais a vontade que fazemos aos outros e mais todos os que não nos deixam viver e nos prendem a olhar para trás com medo do que possam pensar ou receio do que possam dizer.
A vida só é vida se formos livres e se amar nos trouxer sonhos, porque pobres daqueles que dizem amar e nem sequer sabem o que isso é.
Deixem-me viver num País digno, deixe-me ser livre e deixem-me amar, tudo ao meu jeito, com os meus quereres e minhas verdades, os meus prazeres e as minhas vaidades e não me façam ter vergonha, nem pensar que os bébés chegam nos bico das cegonhas.
A vida desconcerta-me, as pessoas desiludem-me e eu não perco a mania de ser uma apaixonada em todas as madrugadas.

AC ________ Alice Coelho

domingo, 1 de fevereiro de 2015

As fases de um dia

Espicaça-me os dias, vira-me ao contrário, e muda de rumo, atordoa-me as tardes em consolo e desconsolo, fornica a noite como se fosse única, no chão de madeira ou tijolo, traz entusiasmo e muda a direcção. Permaneço no dia, pela berma, na condição de palerma e passeio-me na noite no aroma do esperma.  No entusiasmo e no embaraço, a poesia transparece no espaço, sem vergonha ou impedimento, com pessoas ou sem elas, sem acanhamento de palavras, sem o estorvo dos gestos e sem quaisquer protestos.


AC ____________  Alice Coelho